Olá meus irmãos e minhas irmãs,a Paz de Jesus e o Amor de Maria a todos vocês,hoje quero partilhar com vocês um texto que não é meu é de um irmão chamado Rodrigo da Canção Nova que achei muito interessante e edificante,aproveitem o máximo,Deus os abençoe.
Uma das súplicas que pedimos e ouvimos com mais freqüência
é: “Ah, meu Deus, dê-me paciência!”. Incessantemente suplicamos ao Senhor essa
virtude, porém nos falta perspicácia suficiente para perceber que Deus concede
a virtude aliada à prática.
Nosso
Senhor, em sua infinita sabedoria, nos proporciona ocasiões para que sejamos
pacientes. O hábito faz a perfeição! Quer ser paciente com seu esposo ou sua esposa,
com seu pai e mãe, irmãos e amigos? Então, aproveite as oportunidades que o
Senhor lhe concede e pratique a paciência.
Quantas vezes você se deparou com uma situação na
qual era suficiente um pouquinho mais de paciência para ser resolvida? Bastava
respirar fundo e oxigenar o cérebro ao invés de responder com tanta aspereza.
Vejamos a recomendação que a Palavra de Deus nos dá: “Um espírito paciente vale
mais que um espírito orgulhoso. Não cedas prontamente ao espírito de irritação;
é no coração dos insensatos que reside a irritação” (Eclesiastes 7,8b-9).
Percebe como a pedagogia de Deus é diferente da nossa?
Na oração de Santa Teresa D’Ávila há uma referência
sobre a paciência que diz: “a paciência tudo alcança”. Todavia, para alcançar
esse “tudo” precisamos de muita luta espiritual, muito silêncio. Se for preciso
“engolir um sapo” de vez enquanto, não há problema, o importante é atingir
nossa meta principal: a eternidade. Não à toa os santos costumavam dizer que
uma das formas de martírio, além da morte de espada, era o da paciência. Assim
sendo, ser paciente é uma via segura que nos conduz à santidade. Alcançamos
a fortaleza nas adversidades cultivando a paciência. Porém, o sofrimento
somente é vencido pela graça de Deus unido a nossa perseverança.
“O erro deveria ser uma ponte para o acerto, não um
obstáculo capaz de criar um abismo entre pessoas importantes em nossa vida”
Esta virtude dos fortes, cada vez mais escassa em
nossa convivência, exige, antes de tudo, a confiança em Deus. A paciência é o
alimento que sustenta o diálogo. Quando o fio da comunicação familiar se
fragiliza, nada melhor do que a prática desta virtude. Quantas famílias se
desestruturam, separam-se devido à falta de diálogo, de uma boa conversa ao pé
do ouvido com o cônjuge ou com os filhos! Por vezes, trocamos a paciência pelo
orgulho. Recordemos novamente: “Um espírito paciente vale mais que um espírito
orgulhoso” (Ecle 7,8b).
Fixamos uma ideia na cabeça e nada nos faz voltar
atrás; não admitimos erros, sejam os nossos ou de outros. Colocamos uma
barreira que nos distancia dia após dia. O erro deveria ser uma ponte para o acerto,
não um obstáculo capaz de criar um abismo entre pessoas importantes em nossa
vida. Nosso erro maior não é falhar por tentar, mas desistir sem ao menos ter
tentando. Necessitamos, contudo, de muita coragem para superar essas
fragilidades provocadas pela fraqueza humana, e os fortes de espírito encaram
esse desafio da convivência familiar na dificuldade, porém com confiança; ao
contrário dos fracos, que lhes faltam o equilíbrio e ousadia para, sem medo,
arriscar vencer as barreiras.
Outros pensam que, por serem fracos, não
conseguirão, pois suas forças são poucas. Além de lhes faltar coragem,
falta-lhes confiança na misericórdia de Deus que tudo sonda. Nesta perspectiva,
inúmeras famílias, em seu íntimo, carecem de esperança: esperança em pagar as
dívidas, esperança na união da família, esperança no obstáculo das drogas e
álcool, esperança contra a violência, esperança na fidelidade conjugal e no
futuro. O fundamento da esperança está justamente na paciência como ouvimos
dizer da Sagrada Escritura: “a paciência prova a fidelidade, e esta comprovada
produz esperança. E a esperança não engana” (cf.Romanos 5,4-5). Irmãos, a
esperança não engana, pelo contrário, ela elucida a nossa paciência em todas as
atribulações, pois, na provação, resta-nos apenas esperar com paciência a graça
vinda de Deus.
A paciência também nos salva, pois o Senhor utiliza
dela conosco. São Pedro nos afirma: “O Senhor não retarda o cumprimento de suas
promessas, como alguns pensam, mas usa dela convosco. Ele não quer que ninguém
pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam” (cf. II Pedro 3,9).
Ora, se nosso Senhor usa de paciência conosco, isso
é sinal de misericórdia. Não sejamos diferentes para com aqueles que atravessam
nosso caminho, mas sejamos sinais de salvação para quem precisa. Seja paciente
e tolerante com a vizinha que insiste em fazer fofoca; seja paciente consigo na
luta contra o pecado; tenha paciência nas relações difíceis, porque, no tempo
certo, a transformação virá e, então, você colherá os frutos das sementes lançadas
nos sulcos da paciência. Só lhe falta a paciência quando lhe falta oração.
Façamos juntos a oração da mística e doutora da
Igreja:
Nada te perturbe,
nada te amedronte.
Tudo passa,
a paciência tudo alcança.
A quem tem Deus nada falta.
Só Deus basta!
Santa Teresa de Ávila